QUANTO VALE OU É POR QUILO?
Um
filme excelente que demonstra como eram os costumes e os métodos das classes
dominantes no período colonial.
Durante o seu enredo, transmite ao espectador
uma analogia entre a antiga escravidão como comércio e a atual exploração da
miséria pelo marketing social. As cenas são em sua maioria de grande choque ao
espectador, com o intuito, de acordar uma população ainda adormecida ao que se
passa em sua volta e indigná-las com o que é feito das pessoas e do dinheiro
nesse âmbito de interesses. Entre os
episódios, é válido ressaltar a ocorrência da captura de uma escrava grávida, a
qual, após ser devolvida ao dono sofre um aborto espontâneo. O sangue sai
ininterruptamente por entre suas pernas, espantando com a brutalidade. Em
seguida nos é mostrado que esse desamor não acaba por ali. Em outra cena, dessa
vez não de uma escrava, visto que a escravidão foi abolida há muitos anos e sim
de uma adolescente pobre que era sustentada sem o conhecimento do fato, por um
marido sem estudo e dinheiro que capturava e matava bandidos para mantê-los.
Entre os relatos, são notórias duas semelhanças; A primeira: a desgraça e o
risco de ambas as grávidas. A segunda: a existência de um capataz que captura
escravos, outro que captura bandidos. Cada um em seu tempo, mas ambos com a
mesma função.
Nos mostra que por cima de toda essa
fachada de igualdade, bondade e fraternidade, ainda vivemos em uma sociedade
predominantemente interesseira e egoísta. ONGs, as quais supostamente deveriam
existir única e exclusivamente para ajudar os necessitados, fazem o máximo e
conseguem obter êxito sob a miséria dos outros, desviando verbas, não
investindo nas estruturas físicas de suas instituições, enfim, onde há mais marketing,
há menos piedade.
Dessa
forma o filme desenha um painel de duas épocas aparentemente distintas, mas no
fundo,
semelhantes na manutenção de uma perversa dinâmica sócio econômica, embalada pela corrupção impune, pela violência e pela apartação social.
semelhantes na manutenção de uma perversa dinâmica sócio econômica, embalada pela corrupção impune, pela violência e pela apartação social.
O filme não é moralista, por
isso não toma partido do certo e do errado. O filme não apresenta perspectiva,
a revanche está no fato de o explorado querer que o explorador também sofra.
Mostra a lei sempre a favor dos ricos e poderosos. O sequestro aparece como um
grito de desespero de uma sociedade que não sabe como fugir de tanta
exploração. Bianchi apresenta o capitão do mato como ativo e servindo, forçado
pela situação social, aos desmandos dos grandes senhores de hoje. "Quanto
vale ou é por quilo?"
Um filme excelente que demonstra como eram os costumes e os métodos das classes dominantes no período colonial.
Um filme excelente que demonstra como eram os costumes e os métodos das classes dominantes no período colonial.
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